domingo, 19 de abril de 2020

Cadafalso

Décadas atrás um mineiro barbudo pisava o cadafalso, encarando infinitamente e por longuíssimos segundos, seu iminente e instantâneo fim.

Tento viajar até o momento que vivia aquele homem... Tento visitar o que se passava naquela mente, naquele derradeiro instante.

Teria valido a pena da jornada ?
Havia sentido em toda a caminhada para ali chegar?

O cadafalso aguardava intrépido e infalível. E triunfaria a despeito de quaisquer elocubrações, presentes ou futuras.

Resta-me tornar à minha conjuração contemporânea. Atar-me à ela, unido e firme porque no centro do presente está Aquilo que não passará, jamais.

Quando meu cadafalso chegar, quero poder fitá-lo como o fez Joaquim José: docilmente firme, revolucionariamente tranquilo... pronto pra o momentto final.



Por ocasião da proximidade da festa cívica de TiradentesMovido pela crise e ocorridos durante a pandemia da COVID19Ruminando meditações pessoais, de Chiara Lubich e Gregório de Matos