terça-feira, 21 de abril de 2009

Tragédias Diárias

E não é que sem que houvéssemos percebido, a vida humana está perdendo o seu valor?

Está sim, deixe-me explicar: valentes e destemidos pit-boys atacam empregada na Lagoa, afinal de contas era só uma prostituta segundo eles imaginavam. Brigas entre torcidas rivais terminam com jovens mortos, em defesa do amor pelo time do coração. Jovem casal de universitários esconde gravidez e quase mata a criança após o parto...

Fica a impressão de que não estamos nem aí para nossos companheiros de viagem. E fica também uma dúvida muito grande do porquê desse comportamento.

Deste último caso, do casal de universitários, recordo que uma colega de classe de minha esposa, numa bela manhã sol, teve um filho. Assim, sem mais nem menos, sem que ninguém esperasse. Recordo-me particularmente de minha esposa ter comentado que a mãe da colega, chegou ao hospital e abraçou a filha, perguntando a ela como ela estava. O que passava na cabeça dela, como ela tinha suportado tudo sozinha, como isso, como aquilo...

Os dois jovens estão presos. Isso não é menos do que o necessário. E justo, pois afinal de contas eles tentaram matar o bebê. Contudo eu fico me perguntando se o óbvio e justo são suficientes...
Para tudo na vida há uma explicação, uma causa, um porquê. E eu fico curioso para saber o porquê dessa atitude do casal.

A mãe da colega de classe de minha esposa ficou preocupada com a filha e com a neta... Essa menina de sapucaia ficou preocupada se a família iria aceitar a gravidez... Se iria entender, apoiar e tudo o mais. Tudo bem que eu estou apenas conjecturando, mas penso que seria óbvio esses dois jovens procurarem a família para enfrentar essa gravidez precoce juntos. Desde que a família durante a vida toda tenha oferecido um ambiente que possibilitasse tal atitude.

Fico me perguntando se fosse minha filha, o que eu iria preferir: vê-la presa por tentativa de assassinato ou mãe aos 22 anos, mesmo contra meu desejo de pai.

Esse tabu familiar é duro e difícil de ser encarado, mas fica claro que as consequências da intrasigência não são nada boas.

Se alguém quiser dar uma conferida no link da notícia http://www.guiademidia.com.br/acessar_jornal.htm?http://www.diariogaucho.com.br

E acho que todos nós, tendo lido o link ou não, deveríamos pensar como anda a nossa atitude de apoio, de amigo, de pai, de irmão dentro de casa.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Voltando a Ativa... Aborto x Excomunhão

Pois é, todo mundo viu e ouviu a polêmica toda. A gente não precisa ficar explicando tudo com todos os detalhes.

Cada pessoa terá seu ponto de vista sobre os dois lados da história. Acho que é difícil que se chegue a um denominador comum. Deus é quem vai "fechar a conta" com cada um. Afinal de contas, Ele é o chefe do buteco. Se ele quiser dar desconto ou nem cobrar nada dos fregueses, é com Ele mesmo.

Só me impressiona o fato de todos nós termos a mania de sermos juízes de tudo e de todos. Sem pestanejar a gente sai dizendo que o padre foi um infeliz, que o pai da menina é um monstro, que isso e que aquilo...

Acho que a verdade é que poucos de nós passamos por exepriências tão limítrofes para sair dando juízos e sentenças tão decididas.

Se pararmos por um momento e pensarmos: porque será que esse pai fez isso? Será que ele é doente? Será que ele sofreu algum tipo de abuso? Será que no íntimo dele está a real consciência do que andou fazendo?

Ainda por outro momento, será que o padre não estava apenas querendo defender a integridade de cada pessoa? Será que o objetivo dele não era ser fiel a algo que ele acredita que não pode ser manchado? Será que ele não quis, à maneira dele, inibir que outros casos similares se repitam?

Penso que existem muitos senãos. Controversos ou não, mas ainda muitos senãos. Acho que todos concordam que ninguém gostaria que isso tivesse acontecido. Todos gostariam que nenhuma criança delicada e frágil tivesse sido estuprada. Acho que todos concordam que ninguém gostaria de ver um homem feito se perder em seus delírios e chegar a um ato tão baixo, tão em desacordo com a dignidade. Acho que ninguém gostaria de ouvir um "bispo de olhos vermelhos" lançar palavras punitivas pelo ar que nos cerca...

Então porque não nos colocamos com a mesma intensidade, com o mesmo afinco curioso e insaciável, porque não nos questionamos da mesma dedicada maneira que julgamos tão facilmente, porque afinal não procuramos e discutirmos políticas de prevenção? Porque não fazemos isso?

Sem dúvida nenhuma seria mais inteligente se preocupar com a sanidade das mentes, oferecer oportunidades para todos terem espaço de crescer com saúde, corporal e mental. Seria melhor que nos preocupássemos com cada pessoa humana, como se fôssemos nós. Seria melhor que o Gabriel não tivesse razão: "aquilo que o mundo me pede, não é o que o mundo me dá"

Talvez quando isso acontecer a gente não vai precisar se preocupar em punir de maneira correta. Não vai ser necessário saber se foi certo ou errado excomungar, abortar, etc...

Você não acredita que isso é possível? Então não será mesmo.

Se você acredita, viva como se acreditasse, pois aí sim os outros vão passar a acreditar também.