quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Eleições2010 e Aborto

O texto abaixo é um excerto de uma troca de e-mails sobre as eleições e o aborto.
Levantei algumas informações e me surpreendi com o fato de que nenhum dos principais candidatos são contra a descriminalização do aborto.

Antes de mais nada, segue link de uma carta da CNBB sobre as eleições que uma grande amiga nos propôs.


Dilma
ISTOÉ – Qual a sua posição em relação ao aborto? A sra. passou pela experiência de fazer um aborto?
Dilma – Eu duvido que alguma mulher defenda e ache o aborto uma maravilha. O aborto é uma agressão ao corpo. Além de ser uma agressão, dói. Imagino que a pessoa saia de lá baqueada. Eu não tive que fazer aborto. Depois que minha filha nasceu, tive uma gravidez tubária, eu não podia mais ter filho. E antes disso só engravidei uma vez, quando perdi o filho por razões normais. Tive uma hemorragia, logo no início da gravidez, sem maiores efeitos físicos.

ISTOÉ – Isso foi antes de sua filha nascer?
Dilma – Foi antes. Tanto é que eu fiquei com muito medo de perder minha filha, quando fiquei grávida. Mas todas as minhas amigas que vi passarem por experiências de aborto entraram chorando e saíram chorando. Eu acho que, do ponto de vista de um governo, o aborto não é uma questão de foro íntimo, mas de saúde pública. Você não pode hoje segregar mulheres. Deixar para a população de baixa renda os métodos terríveis, como aquelas agulhas de tricô compridas, o uso de chás absurdos, de métodos absolutamente medievais, enquanto as mulheres de renda mais alta recorrem a clínicas privadas para fazer aborto. Há muita falsidade nisto.

ISTOÉ – A sra. defende uma legislação que descriminalize o aborto?
Dilma – Que obrigue a ter tratamento para as pessoas, para não haver risco de vida. Como nos países desenvolvidos do mundo inteiro. Atendimento público para quem estiver em condições de fazer o aborto ou querendo fazer o aborto.

ISTOÉ – A Igreja Católica se opõe a isto.
Dilma – Entendo perfeitamente. Numa democracia, a Igreja tem absoluto direito de externar sua posição.

ISTOÉ – A sra. é católica?
Dilma – Sou. Quer dizer, sou antes de tudo cristã. Num segundo momento sou católica. Tive minha formação no Colégio Sion.


Serra
 - Apesar de ter mencionando algumas vezes ser contra o aborto, isto não está em seu programa de governo. Por outro lado, é assinada pelo próprio Serra (Ministro da Saúde do governo FHC) a "Norma Técnica - Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes", a conhecida Norma Técnica que autoriza o aborto (tratamento dos agravos resultantes...) através do SUS.
    Só não tem nenhum link para o site do Serra referente ao aborto porque não está em seu programa se ele é contra ou a favor. Além disso para acessar as informações, é necessário se cadastrar. de qualquer forma, segue o 
link (vai abrir uma página de cadastro antes... se desejarem é só prosseguir)

Marina
 - "A minha posição é transparente. Não mudo o discurso de acordo com as conveniências e, por isso, me atrapalho menos quando respondo. Digo que tenho uma posição contrária. O que está previsto em lei tem que ser cumprido e o que não está deve ser feito um plebiscito", disse.

Marina ressaltou que é preciso debater a questão do aborto sob o ponto de vista filosófico, religioso e moral, sem "satanizar" quem defende o aborto e muito menos deixando de respeitar quem manifesta uma posição contrária a ele. "Eu não fico satanizando quem defende, mas também quero que se tenha uma atitude de respeito com aqueles que tem um posicionamento contrário", afirmou.

    O Trecho acima foi copiado do site 
http://www.minhamarina.org.br/perguntas_frequentes/aborto.php, mas que no momento está indisponível. De qualquer maneira, segue matéria d'O Globo >> link aqui!

Plínio
 - http://psol50.org.br/?p=4611

Como cristão, meu posicionamento pessoal diante do problema do aborto é ditado pelos valores da minha fé. Felizmente não tive, no decurso dos meus cinquenta anos de casamento, necessidade de enfrentar essa questão. Por isso, sempre a abordo com muita humildade e com espirito de solidariedade pelos que se veêm na contingência de enfrentá-la.

Como candidato a um posto de comando na estrutura de poder do Estado, minha posição precisa levar em conta a dimensão social e política do problema e o caráter da sociedade em que vivo – uma sociedade plural. Nesta condição, sou obrigado a cumprir a lei estabelecida e a contribuir, como minha opinião, para a formulação de uma lei que responda ao consenso ético da sociedade sobre o assunto.

Segundo as estatísticas centenas milhares de mulheres morrem ou sofrem danos físicos psicológicos graves em razão da ocorrência de um milhão e quatrocentos mil abortos clandestinos todos os anos. Trata-se, portanto, de um sério problema de saúde pública.

As medidas que o Estado brasileiro adotou para fazer frente a esse problema dividem hoje a sociedade: descriminalização e legalização constituem as reivindicações principais.

Apoio o movimento em favor da descriminalização do aborto porque, evidentemente, a lei atual demonstrou ser, não apenas ineficaz, mas claramente perniciosa, uma vez que obriga as mulheres a recorrer a pessoas despreparadas e inescrupulosas para interromper uma gravidez indesejada.



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